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Ao longo da nossa vida, passamos imenso tempo a tomar decisões inconscientes e automáticas que não se alinham com o modo como queremos ser ou viver.

A expressão “piloto automático” descreve um estado da mente, no qual agimos sem uma intenção consciente ou sem a consciência da perceção sensorial do momento presente. A capacidade para operarmos desse modo é altamente desenvolvida na espécie humana, confere-nos uma vantagem evolucionária considerável originando, contudo, uma vulnerabilidade para o sofrimento emocional.

Os humanos têm a capacidade limitada para prestar atenção consciente aos acontecimentos, portanto só nos é permitido abordar quantidades limitadas de informação num determinado momento, o que restringe o nosso desenvolvimento, no entanto, a capacidade para entrarmos em piloto automático permite-nos ultrapassar facilmente esta limitação, pois o facto de não necessitarmos de envolver a atenção consciente em tarefas do quotidiano, permite-nos desempenhar um maior número de tarefas completas e assim, poupar energia.

Esta é uma competência adaptativa que só manifesta efeitos prejudiciais quando este tipo de processamento visa a nossa experiência emocional.

A elevada habilidade para a resolução de problemas está associada à capacidade para aprender tarefas complexas, assim, podemos refletir, analisar, deslocar os processos de pensamento para o passado ou futuro, bem como aprender com as experiências passadas e converter esse conhecimento numa vantagem futura.

Assim como as aptidões para as atividades práticas, este estilo de pensamento é também automatizado. A nossa mente está constantemente envolvida em julgar, monitorizar e tentar resolver os mais variados aspetos da nossa experiência interna e externa.

O conceito de piloto automático na atenção plena, é uma abordagem especialmente utilizada para lidar com o emaranhado de pensamentos e sentimentos sobre o passado ou futuro, assim como racionalizações que nos levam a perder o contato com o que está a acontecer no momento presente. Viver neste modo dificulta-nos de lidar de forma flexível com os acontecimentos do momento, sobretudo os mais adversos e exigentes.

A prática do mindfulness permite-nos desligar intencionalmente do piloto automático e dos seus associados processos de pensamento e trazer a atenção para a atualidade do momento presente, abrindo dessa forma a possibilidade a respostas mais esclarecidas para uma determinada situação.

O modo de ser cultivado pelo mindfulness é completamente oposto ao estado de piloto automático, pois a mente passa a não de ser apanhada pelo que surge, a atenção deixa de estar fundamentalmente envolvida em conceitos, abandona-se a análise e julgamentos acerca da experiência, passando a existir uma intenção consciente para direcionar a atenção para o objeto escolhido, o foco vai para a experiência sensorial direta num determinado momento, existe abertura e aceitação da experiência.

O mindfulness é um treino mental que propõe um modo de ser e estar na qual a intenção é aprender formas de estar com a atualidade da experiência de cada momento, ao mesmo tempo que, aprendemos a aceitar e não avaliar essa experiência.

Durante a prática do mindfulness, é possível desligar os pensamentos, no entanto, o que importa é estar presente no aqui e no agora. Os participantes são encorajados a observar, em vez de bloquear ou negar os pensamentos, sensações ou emoções. É através deste entendimento, que podemos começar a descobrir que a nossa mente pode tornar-se mais calma e focada. Este relaxamento, atingido através de um ato consciente e autodirigido, atua como meio revigorante, beneficiando a nossa saúde física e mental, pois reduz estados de stress, tensão muscular e fadiga mental.

A meditação é uma prática de relaxamento, cujo o objetivo principal, é tranquilizar a mente, uma vez que é nela que são gerados os sentimentos de ansiedade e stress causados pelas mais variadas razões.

Esta ajuda também, a trazer a nossa mente consciente para o presente, a viver o momento e a praticar a nossa capacidade de atenção plena (mindfulness). Através desta técnica, aumentamos o foco, a concentração, a memória, reduzimos tensões físicas e mentais, o que pode prevenir ou curar certas doenças.

A meditação relaxa-nos através de métodos que envolvem postura, respiração e focalização da atenção para atingir tranquilidade, paz interior e felicidade. Podes apenas concentrar-te na respiração e deixar fluir o pensamento ou intensificar os resultados, adicionando outros elementos, como uma música que te transmita harmonia, cristais, aromas, mantras, visualizações, entre outros.

Existem muitos tipos de meditação, no entanto é necessário referir algumas em particular, como por exemplo, a meditação contemplativa, meditação por observação de objetos, meditação de transe por mantras, visualização ativa e meditação com respiração consciente.

A meditação contemplativa consiste num tipo de meditação onde fazemos com que a nossa mente consiga focar a atenção em algo. Sons em redor, a música ou o ambiente onde nos colocamos, são alguns dos exemplos. Podemos usar esta forma de meditação ao observar uma paisagem na natureza.

Na meditação por observação de objetos podemos usar velas como objeto que deve ser contemplado. Focamos toda a nossa atenção na vela e atingimos um estado de profundo relaxamento através da observação da mesma.

A meditação de transe através de mantras tem como objetivo o foco na mente e acalmá-la. O uso de sons ajuda a limpar a mente dos pensamentos e a alcançar uma maior atenção. Quando a mente quer “fugir” do pensamento atual, os mantras ajudam-na a manter-se de novo no caminho certo. Não são só apenas usados como uma ferramenta mental, mas também com um significado físico e, associado a isto, está presente também o uso de sons vibracionais que se revela ser, também, uma parte importante desta prática.

A visualização ativa consiste num tipo de meditação onde nos levamos, como por exemplo, a imaginar um lago, uma montanha, uma praia, entre outros.

Na meditação com respiração consciente usam-se exercícios de respiração em que se atingem estados alfa. Após esse exercício ficamos em silêncio e em contemplação. No transe profundo podemos atingir estados onde se fica inconsciente. Normalmente, quando ainda somos iniciantes, só quando estamos deitados, e com meditações guiadas conseguimos chegar perto desses estados.

Com a meditação podemos chegar a outras dimensões, a vidas passadas, futuras e a outros planetas. Através desta, podemos abrir as portas para outros mundos e conectar-nos com os nossos guias. Esta prática permite o mergulhar na essência de cada um, onde só existe a ausência de medo, relaxamento, abstração da realidade e a descoberta fascinante do mundo espiritual.

A meditação é a familiarização com o funcionamento da nossa mente. Os seus participantes regulares percebem o funcionamento da mente e os seus padrões de reatividade e relatam viver mais no momento presente e sentir facilidade ao planear o futuro, bem como reconhecer o seu passado sem ficar presos ao mesmo.

O objetivo da meditação não é o controlo dos pensamentos, mas com a prática, é possível perspetivar o mundo de outra forma, com mais escolhas.